Olá, semana passada falei um pouco sobre o efeito das plantações na biodiversidade, ou seja, como uma plantação afeta diretamente a fauna e flora da região onde está implantada.
Pois bem, hoje continuando o assunto, vou falar um pouco sobre o Efeito de Borda.
Muitas pessoas não sabem disso, ou como citei na semana passada, não percebem, não conseguem enxergar o Efeito de Borda. Direto ao assunto, no lugar de uma plantação, seja de soja, cana-de-açúcar, milho ou de qualquer outra variedade, ou em um pasto utilizado para criação de bovinos, por exemplo, existia uma floresta, e como já disse, parte desta floresta ainda está lá, chamamos esta parte da floresta de fragmento. Como podem ver na imagem abaixo existe somente um fragmento de mata isolado no meio de uma plantação de alguma cultura.
Quando há um fragmento como este, isolado, a borda dele fica muito vulnerável as ações externas, pois é a parte mais externa da mata. Assim como em uma floresta as árvores das extremidades não são tão bonitas ou, melhor dizendo, saudáveis do que as outras que estão em seu interior, nos fragmentos de mata não é diferente.
Quando a mata é derrubada e resta uma parcela somente, a parte que outrora era interna agora é externa e tem que lidar diretamente com os aspectos físicos da natureza, entretanto, na maioria das vezes, este fragmento não consegue se adaptar à mudança, causando a mortalidade da floresta de maneira lenta e gradual.
Este é o Efeito de Borda. Normalmente o fragmento é invadido por plantas rasteiras, trepadeiras ou o dito “mato” mesmo, que avança por seu interior sufocando as espécies que lá vivem de fora para dentro, e com o tempo destruindo tudo.
Na imagem abaixo (retirada de uma tese, Pires – 1994) é visível a ação das trepadeiras na borda da mata, e quando a ação destas plantas parasitas começa pode-se considerar, na maioria dos casos perdido o fragmento.
Portanto, assim como na situação apontada na semana passada, o fragmento está fadado a perecer. Tudo isto pela nossa ação para conseguirmos mais espaço para nossas criações, para nossas plantações, para ganharmos dinheiro. Deve haver um limite para isto, pois se não houver, estaremos cada vez mais destruindo a nós mesmos.
Atrevo-me a citar uma frase do cientista Alexander Graham Bell: “Never walk through already traced ways because they will take you to a place where others had already been before” (Nunca ande pelo caminho já traçado por outros, porque ele conduz somente até onde os outros foram), ou seja, devemos criar nosso próprio caminho pois se não o fizermos não há mudança e aí então acontecerá o pior.
Na próxima semana continuamos o assunto que venho tratando deste a semana passada, sobre a ação do homem e seu efeito degradante na natureza.
Vitor Casadei
Bacharelando em Ciência da Computação pela UFSCar
E-mail: vitor.casadei@gmail.com
Facebook: http://www.facebook.com/vitor.casadei
Twitter: http://www.twitter.com/vCasadei
One Comment
Pingback: A agressão à Mata Ciliar | Diário do Verde