No meu último post falei sobre Cidades Inteligentes e o que temos a ver com isso, hoje vou falar um pouco sobre outro tema recorrente, a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) e o que tem isso a ver com Cidades Inteligentes.
Acredito que a melhor palavra que posso usar para definir IoT é Conexão:
Conexão entre máquinas, sensores, redes, pessoas e tecnologias. IoT é uma rede de objetos eletrônicos conectados objetivando a troca de dados para um fim comum.
Assim, esses objetos conectados podem transmitir informações úteis para a automação de atividades ou melhorias de processos, adicionando lógica e inteligência em atividades comuns na sociedade. Dessa forma, a interconexão destes dispositivos permite muitas aplicações de Cidades Inteligentes.
Um pensamento errado que muitas pessoas tem é que projetos de IoT e CI são somente construídos com aplicativos mobile. De fato, se fizermos uma rápida pesquisa na internet, conseguimos encontrar vários exemplos de aplicativos, e até mesmo quando pensamos sobre o assunto, tentanto produzir alguma ideia, é fácil pensar em aplicativos móveis colaborativos. Entretanto, existem muitos projetos simples que não são relacionados com aplicativos móveis e possuem grande importância para a sociedade:

Lixômetro em Copacabana
Em 2009 a prefeitura do Rio de Janeiro lançou o Lixômetro, um painel que foi instalado em Copacabana e apresenta dois números: o primeiro é a quantidade total de lixo recolhida por mês na cidade e o segundo número é a quantidade de lixo recolhido pelo número de habitantes da cidade. Até pouco tempo atrás era possível também acessar esses dados online, mas o endereço está fora do ar.
O Lixômetro é uma ação socio-educadora com cunho ambiental e que, embora muitas pessoas simplesmente ignorem sua existência, outras ficam atentas aos números e tentam se reeducar para reduzir a produção de lixo e assim contribuindo para o meio ambiente. Da mesma forma o Importômetro tem o objetivo de deixar explícito a quantidade de impostos recolhidos do trabalhador.
Ainda falando sobre a produção de lixo, o SINTELUR é um pequeno sensor de comunicação capaz de determinar a quantidade de lixo em um container. Os dados de cada sensor são enviados a uma central de monitoramento que, baseado nas informações de quantidade de lixo e localização por GPS, traça estratégias de recolhimento do lixo pela cidade. O sistema ainda oferece a determinação de rotas otimizadas para a coleta do lixo, diminuindo o gasto de combustível e custos em geral, além da diminuição da emissão de gases poluentes provenientes dos caminhões de lixo.

SINTELUR – Waste management
O SINTELUR não é o único sistema do tipo, temos outros similares, como o enevo e o U-Dump, mas o meu ponto em apresentar esse serviço é mostrar que eles existem e que são possíveis e além disso pensar no impacto da utilização de tais sistemas, a forma com que eles estariam integrados na sociedade, tornando o processo de coleta e reciclagem de lixo mais inteligente, eficiente e amigável ao meio ambiente. Agora, esse tipo de serviço existe, pode ser implantado, mas a pergunta é: como a minha cidade ainda não usa? Claro, existem custos relacionados, planejamento e outros detalhes, mas a tecnologia existe e eu não vejo nenhuma cidade no Brasil de fato tomando a frente e dizendo: “Nós vamos ser uma cidade mais inteligente, vamos utilizar tecnologias que auxiliem na administração pública e que sejam positivos ao meio ambiente e bem estar da população”.
Na verdade, até conheço algumas cidades que falam muito sobre o assunto, como por exemplo em Sorocaba – SP, onde há cerca de três meses houve um evento com a participação de um representante de Barcelona e empresas que apresentaram alguns projetos, mas não vejo planos de nada efetivamente ser feito ou implantado na cidade e é isso que tem que mudar. Se é possível e viável, por que não usar?