Como estava frio, chovendo e não tinha tomado o seu medicinal copo de chá com leite, ele esqueceu das recentes mudanças e pegou o carro para levar os filhos na escola. No meio do caminho ele vê uma placa que estava escrito “fim do seu bairro” e por isso terá que pagar 30 reais para entrar no bairro vizinho. Para garantir que ele pague, câmeras espalhadas por toda cidade fotografam e registram o carro. Se ele não pagar a multa será de 300 reais – e os próprios moradores do bairro irão cobrar. Em um mês essa brincadeira poderia custar quase 500 reais.
É mais ou menos isso que aconteceu com inúmeras famílias de Londres em Fevereiro de 2003, quando o London Congestion Charge foi implantado. Por fim milhares de pessoas substituíram o carro pelo transporte coletivo. E Londres, uma cidade de quase 8 milhões de habitantes, não tem mais trânsito.
——
Rafael Morais Chiaravalloti, biólogo e mestre em Desenvolvimento Sustentável.
Livro: “Escolhas Sustentáveis: discutindo biodiversidade, uso da terra, água e aquecimento global” com Cláudio Pádua, Editora Urbana, 2011, 169 p.
Site: Café com Sustentabilidade
e-mail: rafaelmochi@gmail.com e Facebook.
T: +55 17 91149284
2 Comments
Camilla Nunes
Mas tem transporte coletivo decente, certo?
É uma medida muito interessante, mas, imagina só implantar isso aqui na cidade de São Paulo? Com esse transporte público caótico e imoral que nos é oferecido?
Se o poder público cobrasse das cooperativas e consórcios que são concessionárias das linhas de ônibus e se o programa de expansão do metrõ e dos trens não fosse tão moroso, talvez essa medida fosse nos ajudar muito!! E certamente com a cidade livre do excesso dos carros, abrem-se portas para transportes alternativos como as bicicletas!!! Muito interessante o post!!
Rafael Morais Chiaravalloti
Oi Camille, muito obrigado pelo seu comentário.
Com certeza vc está coberta de razão, uma medida como essa só é possível com transporte público de qualidade. Em Londres, por exemplo, existem 270 estações de metro, em São Paulo 66. Por isso fica complicado mesmo. No entanto, alguma atitude deve ser tomada. São Paulo já está chegando no limite do número de carros. E é importante que a sociedade civil pressione por mudanças rápidas!
Grande Abraço
Rafael