A pecuária de corte é o mais importante determinante do desmatamento em todo o mundo e, particularmente, na Amazônia. O grande problema dessa forma de ocupação da terra é que, além das emissões de gases de efeito estufa, há, ainda, um enorme desperdício no uso de recursos (ABRAMOVAY, 2011). Destruir florestas para criar grandes rebanhos ou cultivar lavouras voltadas à alimentação animal (caso da soja, por exemplo) é uma verdadeira aposta contra o futuro, mesmo que imediatamente os ganhos privados dessa ocupação sejam imensos. Atualmente, 30% da superfície terrestre dedicados à pecuária eram ocupados, originalmente, por rica biodiversidade (FAO, 2006).
Outro problema ligado à produção animal é o imenso desperdício estabulado, são necessários 9 quilos de produtos vegetais. Um quilo de carne de porco exige mais de quatro quilos de produtos vegetais e para aves a proporção é de quase 2 para um. (ABRAMOVAY, 2011).
Claro que, a atividade humana implica sempre em algum nível a alteração dos ecossistemas. O problema é que a pecuária, é a mais importante responsável direta pela degradação da biodiversidade no planeta. Dos 35 ambientes mais importantes do mundo em riqueza biológica, nada menos que 23 estão ameaçados pela pecuária (FAO, 2006). A problemática ainda se estende quanto ao tratamento que o animal recebe, sendo muitas vezes intensivo e cruel. Os animais vivem pouco e de forma insípida, dentro de gaiolas, baias e estábulos pequenos e superlotados, sem garantia de uma morte de forma humanitária. As condições precárias em que vivem geralmente levam os animais a adoecer seriamente, quando então são administrados antibióticos para mantê-los vivos por tempo suficiente para produzir alimentos (WSPA, 2011).
Algumas boas fazendas de criação extensivas e orgânicas já mantêm seus animais em condições próximas daquelas encontradas em seu ambiente natural, através de: métodos tradicionais de reprodução, o que resulta em melhor resistência a doenças e parasitas; taxa de crescimento normal dos animais, sem o uso desnecessário de antibióticos ou hormônios para aumentar a produtividade; condições que permitem que os animais tenham comportamento normal, evitando assim mutilações como o corte de dentes. Os grandes benefícios da criação extensiva ou orgânica estão sendo reconhecidos na forma da lei. A partir de 2012, o uso de gaiolas para galinhas poedeiras estará proibido em toda a União Europeia (UE) e a partir de 2013, o mesmo acontecerá com as baias para porcas (WSPA, 2011).