“Antes que matem os rios
E as matas por onde andei
Antes que cubram de lixo
O lixo da nossa lei
Deixa que eu cante contigo
Debruçado em peito amigo
As coisas que tanto amei
As coisas que tanto amei”
PARANATINGA
(Paulo André e Ruy Barata)
Difícil de me imaginar vivendo longe de um rio. Cresci e me eduquei nestas margens. Dia 22 de maio é (foi) Dia da Água. Na Amazônia, nação das águas, com raras exceções a data passou em brancas nuvens, embora haja nuvens cinzentas e azuladas de chuva no céu da região a me contradizer.
Para quem viaja de avião ou se aventura nas longas viajens de navio pelos rios da região, bem sabe a olhos vistos que a questão da água parece ser o menor dos problemas, ou posta como de menor importância, ora, é tanta água, um “aguacê” sem fim!(?).
Como convencer um caboclo ribeirinho de que há uma grande possibilidade de que um dia a água acabará (pelo menos a água potável)? Se toda manhã o rio está lá. Passando, passando. Passa água, passa embarcação, passa canoa, passa botijão, passam garrafas pet, lascas de isopor, monitores de computador, animal morto… E crianças a brincar neste “esgoto”.
Esta ideia voltou a me ocorrer nesta semana. Estava assistindo um filme (DVD): “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”(Battle: Los Angeles). Um daqueles faroestes futuristas, um duelo ente a raça humana (os EUA é claro!) e alienígenas. Muito tiro e “muito barulho por nada”? “Violento, barulhento e estúpido”, segundo alguns críticos. Mas um fato que parece ou, diria eu, aparece de forma adjacente, talvez seja o melhor recado do filme. Tipo mensagem subliminar. A água. Lembrei de outros filmes cujo mote é a água: o apocalíptico, “Waterworld” (1995), com Kevin Costner (trailer: http://www.youtube.com/watch?v=oEp382HIisE), e um que acho mais interessante: “Reação em Cadeia” (Chain Reaction, 1996), com o Keanu Reeves.
Mas o que gostaria realmente de alertar é para o fato da possibilidade de um dia isso vir a acontecer (não por alienígenas meliantes), mas por gente deste nosso planeta mesmo. Para isso destaco um artigo de Lúcio Flávio Pinto, importante jornalista brasileiro, no jornal de sua autoria: o Jornal Pessoal, que trata do assunto, entre tantos outros de suma importância para a Amazônia e para o país. O artigo intitulado: “Roubo de água: tema polêmico” (leiam e conheçam Lúcio Flávio Pinto), traz à tona a questão:
Logo, por mais irreal que seja, “seguro, morreu de velho”.
2 Comments
Luciana Ataíde
Dia mundial da água! Mas parece que muita gente comemora lavando os carros com mangueiras e escovando os dentes com torneiras ligadas… Infelizmente as pessoas não dão a mínima importância para essa problemática. Porque parece, mas fácil comemorar o dia das mães, dos pais, das crianças… Como diz um amigo meu “ Coisas do capitalismo”.
Como então celebrar este dia? Talvez não temos muito o que comemorar, Mas fazer um grande movimento de conscientização.
admin
Olá Luciana, obrigado por seu comentário, até em nome do Sandro, autor deste artigo. De fato, a questão da água, apesar da importância, não é levada a sério pela população em geral. É preciso conscientização, sem dúvida.