“Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa, lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se esgota, me bota na mesa
Que a tua holandesa
Não pode esperar” (Não Existe Pedado ao Sul do Equador, Chico Buarque)
Olá car@s leitores e leitoras! Estou de volta com algumas considerações: Vocês já devem ter ouvido que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval. Há pesquisas que indicam entre 17% à 20% da população brasileira sai as ruas para participar do Carnaval. Os quais movimentam aproximadamente R$ 6 bilhões em cinco (05) dias de festejos.
Há tempos existem campanhas para que os foliões façam sexo seguro, “se beber não dirija!“, contra exploração sexual e trabalho infantil, e a infame “não mije na rua!“
Nem uma coisa nem outra. Senão, vejamos a situação de um certo Estado (apenas um exemplo em rede nacional). Lembra-me a anedota em que órgãos do corpo discutem quem é o mais importante no funcionamento do corpo. Enquanto coração, pulmão, fígado cérebro, etc. travam uma batalha de argumentos que exaltam suas funcionalidades, o intestino resolve fazer greve. Para tudo! Você imagina as consequências.
É o que simboliza a greve de garis lá naquela cidade. Somando-se às atitudes como as do prefeito de lá e, mais os 17% à 20% de brincantes nas ruas nesta época do ano, resultado: toneladas de lixo e entulhos pelas ruas (não só nesta cidade, mas em todas as capitais e municípios brasileiros).
Aí vem as Águas de Março, que ainda nem fecharam o verão. Bueiros entupidos, alagamentos, deslizamentos. “Caia água, caia barraco”.
Chega a Quarta-Feira de Cinzas cuja origem simbólica nada tem haver com o que se vive hoje. O tal do Jeitinho Brasileiro, no que tange seu aspecto mais perverso corrompeu o significado das Cinzas. Os modos de subjetivação brasileira moldam-se nesta perspectiva. Heranças de Náufragos, Traficantes e Degradados (e Políticos). No Brasil tudo pode. Porque tudo se acaba na quarta-feira de cinzas.