Eu realmente sou uma pessoa que sempre faço escolhas, vamos dizer, não muito assertivas. No supermercado, sempre entro na fila que irá acabar o papel da bobina (ou rolls) da atendente e que ela irá demorar 7 dias para trocar. E no trânsito, na minha pista provavelmente vai acontecer algum acidente, e se eu resolver trocar rápido de opinião e mudar de pista, será nessa nova que ocorrerá. Mas outro dia fiquei muito contente, pois descobri que existem pessoas piores do que eu!
Imagine todos os lugares do mundo. Aí, entre todos esses, imagine o lugar mais importante para se conservar a biodiversidade – basicamente onde existe o maior número de espécies por metro quadrado no mundo. Ou seja, pensando em medicamentos, valor econômico e intrínseco da biodiversidade, deveria ser um lugar longe de qualquer ameaça de desmatamento. Imaginou?
Bom, esse lugar fica na região de Ilhéus em um dos últimos refúgios de Mata Atlântica, e foi exatamente ali que resolveram montar o Complexo Porto Sul (que consiste em um terminal ferroviário, um porto, um retroporto e um aeroporto). O desmatamento para a instalação desse complexo será imenso, e os seus problemas ambientais, como se podia imaginar, são enormes. Existe muita gente lutando contra a sua instalação (como por exemplo “Porto Sul Não”), mas há uma forte pressão como mostrou meu amigo Vitor Casadei.
O Vitor já fez um post bem legal esclarecendo esse problema, mas eu apenas queria terminar com uma mensagem para o pessoal que escolheu o ponto do Complexo Porto Sul:
“que lugarzinho mais nada a ver em! Tá parecendo eu!”
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Rafael Morais Chiaravalloti, biólogo e mestre em Desenvolvimento Sustentável.
Livro: “Escolhas Sustentáveis: discutindo biodiversidade, uso da terra, água e aquecimento global” com Cláudio Pádua, Editora Urbana, 2011, 169 p.
Site: Café com Sustentabilidade
e-mail: rafaelmochi@gmail.com, Facebook, @R_Chiaravalloti.