Na última edição do VerDebate, realizada há pouco mais de um ano atrás, o Diário do Verde frisou que para mudar a realidade, antes de mais nada, é preciso conhecê-la, tal como ela verdadeiramente é. Mas não basta apenas saber, é preciso refletir e, imediatamente, agir. Por isso, em sua terceira edição, o blog conversa com a Manuela Araújo, blogueira e ativista ambiental de Portugal*, que através de suas pequenas ações, tem gerado grandes resultados.
Nome: Maria Manuela Salgado Alves de Araújo
Idade: 50 anos (17/09/1962)
Cidade/Estado: Vila Nova de Famalicão (distrito de Braga), Portugal
Biografia: Engenheira química e arquiteta, trabalha num município do norte de Portugal nas áreas do urbanismo e ambiente. Dedica o tempo livre à consciencialização para a sustentabilidade através do blog Sustentabilidade é Acção, a atividades relacionadas com o ambiente e sustentabilidade no grupo Famalicão em Transição, à permacultura e à horticultura ecológica.
Endereço de e-mail para contato: mmsaaraujo@gmail.com
Redes-Sociais: Twitter | Facebook | Google+.
Tema da 3ª edição: Agir é Preciso
1 – Diário do Verde: Manuela, bem-vinda ao VerDebate, obrigado por ter acenado positivamente ao convite. Para dar início a nossa entrevista, indo ao encontro do tema proposto, gostaria de lhe perguntar: O que motivou você a aderir a causa ambiental e criar, consequentemente, o blog Sustentabilidade é Acção?
Manuela: Eu é que agradeço a oportunidade. Sempre achei que a natureza devia ser respeitada, e a constatação de que está a ser desrespeitada e abusada pela civilização de forma dramática e assustadora é que me fez procurar alertar também os outros para o perigo em que colocamos as próximas gerações. Esse alerta foi muito amplificado quando frequentava o mestrado em tecnologias do ambiente, em 1993, sobretudo através da disciplina de “Ecologia”, que me fez ver o perigoso desequilíbrio que a nossa espécie estava provocar na Terra. A partir daí, o meu modo de viver foi mudando sobretudo no sentido de diminuir o consumo a vários níveis. O blogue Sustentabilidade é Acção surgiu muito depois, em 2009, numa conjugação de vários fatores: depois de começar a obter informação na internet que não é divulgada nos meios de comunicação tradicionais, quando os filhos já eram mais crescidos e me deixavam mais tempo livre, e quando percebi que a blogosfera poderia ser um importante meio difusor de informação.
2 – Diário do Verde: O meio ambiente tem ganhado cada vez mais importância, ano a ano, em todas as partes do mundo. Contudo, a tomada de consciência se mostra ainda insuficiente a ponto de sustentar a mudança que precisa acontecer. O que fazer para mudar este panorama? Em Portugal, o movimento ambientalista por parte da população, de um modo geral, é forte frente às questões de interesse comum?
Manuela: Para mudar este panorama, como diz, é preciso uma forte tomada de consciência por parte da população, e a mudança é um processo simultaneamente individual, social e cultural, e por isso, muito lento. No entanto, a velocidade com que os recursos naturais desaparecem é muito superior à velocidade de mudança da sociedade. Assim, caminhamos para o colapso de certos sistemas naturais que vão implicar forçosamente um colapso civilizacional; nessa altura, as pessoas vão perceber que têm de mudar para se adaptar; aí, a mudança vai ser rápida, mas vai ser muito, muito dolorosa. Quanto ao movimento ambientalista em Portugal, existem associações e grupos de pessoas com um papel muito importante na defesa do ambiente, no entanto, são poucos os associados e apenas uma franja muito pequena da população participa ativamente. Por isso, e na minha opinião, essa fragilidade implica que esse movimento não tenha ainda a força necessária nem suficiente para defender os interesses comuns face aos interesses instalados.
3 – Diário do Verde: Paralelamente ao blog “Sustentabilidade é Acção” você também cuida de um outro espaço, o “Agir pela Sustentabilidade“. Boas práticas merecem ser divulgadas e replicadas. Entretanto, nós bem sabemos que não basta apenas o cidadão fazer a sua parte, pois os maiores responsáveis pela degradação da Terra são as grandes corporações, que por sua vez, determinam as ações dos governos, muitas vezes. Até que ponto a ação individual pode ser considerada eficaz?
Manuela: A ação individual é a principal opção, sobretudo através do exemplo positivo que se vai replicando, quer através da informação àqueles que nos rodeiam! Claro que seria muito importante que a defesa do ambiente fosse uma prioridade dos governos, pois assim seria muito mais eficaz. Só que essa não é uma verdadeira alternativa, pois, como diz, os governos são praticamente controlados pelo poder económico e financeiro das grandes multinacionais, e perfeitamente viciados em “crescimento” económico. Veja o caso de Portugal, em que a “crise” tem justificado um “andar para trás” a nível ambiental sem precedentes – diminuição de coimas ambientais, promoção da monocultura de eucalipto, barragens em paisagens protegidas, etc.; ou o caso do Brasil em que a ambição de crescimento tem permitido a continuação da destruição da floresta – novo código florestal mais permissivo, a barragem de Belo Monte e a destruição do Rio Xingu, o genocídio do Povo Guarani Kaiwoá, etc.; ou o caso dos EUA onde recentemente permitiram uma lei que praticamente concede imunidade total à Monsanto, uma empresa que detém 90% do mercado de transgénicos e com um historial de corrupção inacreditável. Os (maus) exemplos recentes por esse mundo fora que demonstram como os governos estão controlados pelo poder financeiro e económico dariam uma enorme e triste enciclopédia! Mas essa constatação não pode nem deve ser impeditivo de as pessoas se manifestarem e exigirem a mudança, antes pelo contrário!
4 – Diário do Verde: O planeta tem os seus limites. O capitalismo, em contrapartida, defende que é possível crescer sempre, em escala infinita. Como você avalia o conceito de desenvolvimento sustentável, tal como é utilizado hoje? É possível um “capitalismo verde”?
Manuela: O capitalismo já nos demonstrou que é um verdadeiro predador de recursos e de vidas humanas. É uma filosofia de mercado que não respeita nem os limites do planeta nem os limites das pessoas. É uma procura incessante de lucro para poucos à custa de muitos e da destruição feroz de recursos. E esta economia verde de que tanto se fala mais parece o capitalismo a pintar-se de verde, como um lobo a vestir pele de cordeiro. Se vir bem, esta economia verde está a ser impulsionada pelas mesmas corporações que tem vindo a destruir recursos e a acumular riquezas. Portanto, o princípio está errado. Só uma economia que não vise o lucro de alguns á custa dos outros pode defender o planeta e as pessoas. Não é o caso desta “economia verde”, e esse não é o caminho do desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento não será sustentável se só se basear em tecnologias que emitam menos CO2. Terá de ser uma nova abordagem que acabe com o paradigma do “crescimento económico”, que respeite os limites do planeta e a natureza, e que coloque a felicidade das pessoas acima do lucro. Só será conseguida quando for globalmente admitido que crescimento económico continuado é impossível, quando a palavra competitividade for substituída pela palavra cooperação, quando se pensar, planear e decidir a longo prazo – para as gerações seguintes, e não no prazo de um mandato político, e quando for entendido que o planeta não precisa dos humanos, mas que os humanos é que precisam do planeta.
5 – Diário do Verde: Enquanto engenheira química, muito provavelmente você deve ter presenciado alguma situação que lhe causou surpresa e consequente espanto. Quais vivências mais lhe chamaram a atenção neste ramo de atuação?
Manuela: O primeiro choque foi logo durante o curso, quando visitei uma indústria alimentar, onde nos mostraram como eram feitos os “aromas”, no caso, para bebidas: deram-nos a cheirar dois produtos químicos de síntese, ambos com um cheiro horrível, depois, juntaram os dois e quando cheiramos… cheirava a maçã; fiquei logo espantada, e pensei, “mas que porcaria nos fazem ingerir?” Outro caso que me causou surpresa, já quando trabalhava na área, foi constatar que as águas subterrâneas da zona onde vivo (e soube depois, de todo o lado onde há agricultura), estavam quase todas contaminadas com nitratos, devido aos adubos químicos usados na agricultura, e nada se fazia para mudar a situação. Mais tarde, quando me apercebi da manipulação genética de alimentos vegetais, e também de animais, sem estudos de longo prazo sobre os efeitos na saúde e no ambiente, sem entidades independentes a regular, o meu espanto foi total. Depois disso, já pouco me espanta nesta área!
6 – Diário do Verde: São muitos os problemas ambientais a ser sanados. Quem acessa o blog Sustentabilidade é Acção pode observar claramente que uma de suas principais bandeiras é a defesa por alimentos seguros, ou seja, a luta contra os alimentos transgênicos, cada vez mais presentes na vida das pessoas, seja diretamente na mesa ou indiretamente, como por exemplo na ração animal. Porquê é preciso dizer não?
Manuela: A alimentação é o tema, dentro das questões com influência ambiental, que mais afeta a vida das pessoas, e ao mesmo tempo, é aquele em que a ação individual pode representar uma maior mudança. A alimentação é um bem de primeira necessidade, tem uma influência direta na saúde das pessoas, e tem um enorme impacto ambiental a nível mundial. Veja-se só a brutal e perigosa desflorestação que tem ocorrido no Brasil para transformar floresta tropical em campos de cultivo de alimentos para animais. Os transgénicos, criados sob a bandeira de “acabar com a fome no mundo”, afinal o que conseguiram foi enriquecer ainda mais as multinacionais que os criaram e comercializam (cujo mercado é detido a 90% pela Monsanto), empobrecer agricultores que continuamente se endividam para pagar sementes, pesticidas e tecnologia a essas empresas, colocar em risco a saúde das pessoas, pois os produtos chegam ao cultivo extensivo e ao mercado sem estudos fidedignos e fiáveis, e provocar um decréscimo assustador na biodiversidade e na fertilidade dos solos; e não diminuíram a fome no mundo, antes têm contribuído para o seu aumento através do desvio de rendimentos e do “land grabbing”, sobretudo nos países mais pobres. Uma mudança individual nas escolhas que se fazem a nível alimentar será uma verdadeira revolução silenciosa contra esse capitalismo predador que se alimenta dos recursos naturais e da felicidade das pessoas. Escolhendo uma alimentação biológica ou orgânica, cultivando os próprios alimentos, preferindo comprar os alimentos produzidos localmente, rejeitando produtos com transgénicos, com mais químicos e mais processados, e reduzindo substancialmente a alimentação à base de produtos de origem animal, são caminhos eficazes de não “alimentarmos” esse sistema que tanto mal faz às pessoas, à saúde e ao planeta.
7 – Diário do Verde: No decorrer do processo evolutivo da humanidade o homem saiu da vida nômade e fixou residência, criando o que hoje conhecemos por cidade em nosso planeta. A vida em comunidade que surgiu por uma questão de inteligência e sobrevivência, como você bem pontua na página “Sobre” do Sustentabilidade é Acção, nunca esteve tão ameaçada a ponto de hoje mal sabermos quem é o vizinho que mora ao lado de nós e talvez até quem vive dentro de nossas casas. Se isso não fosse suficiente ainda há a falta de planejamento urbano, de mobilidade, que restringe ainda mais a interação social – leia-se a real, cada vez mais escassa. Como você avalia a cidade dos dias atuais, tendo visto a sua atuação nesta importante questão?
Manuela: É muito difícil responder a essa pergunta, porque existem imensos tipos de cidades, umas que funcionam melhor, outras pior, e imensos são também os fatores que contribuem para o desempenho. A falta de planeamento urbano é um dos fatores que contribui para o mau desempenho, mas não sei se um mau planeamento não será ainda pior; além disso, mesmo um bom planeamento em determinada época pode resultar muito mal quando as condições sociais, económicas e ambientais mudam inesperadamente. Há dois fatores que considero muito importantes nas cidades: a sua dimensão e a presença da natureza na cidade.
Quanto à dimensão da cidade, julgo que o passado e o presente já comprovaram que é nas maiores cidades onde existe mais pobreza e mais criminalidade; além disso, a dimensão de uma cidade, em número de habitantes, não deveria ultrapassar o limite da sustentabilidade, ou seja, a cidade deveria obter a maioria dos recursos básicos para a sua sobrevivência (água, alimentos e energia) no seu raio de ação ou no seu município. Isso só seria conseguido com bom planeamento no passado; agora, é muito difícil reverter esta situação.
A presença da natureza na cidade é cada vez mais urgente, pois os seres humanos precisam de sentir a natureza para se sentirem completos e saudáveis, física e mentalmente; não chega plantar árvores nas ruas e construir pequenos parques, são precisas zonas naturais e selvagens onde possa funcionar um ecossistema; é também urgente, e cada vez mais, a integração da agricultura urbana na cidade. Neste aspeto, não podia deixar de referir o Arq. Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, português, que recentemente recebeu o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe de arquitetura paisagista (equivalente ao Nobel em prestígio, mas sem dinheiro de prémio), e que há cerca de quarenta anos vem alertando para a necessidade de o campo fazer parte da cidade e da cidade fazer parte do campo.
8 – Diário do Verde: “O meu direito acaba quando ele passa a invadir o de outra pessoa.” Seguindo a linha de raciocínio desta afirmação, gostaria que você comentasse a respeito do crescente movimento de privatização e disputa da água no mundo. O que podemos esperar para os próximos anos, geopoliticamente falando, na sua opinião?
Manuela: Infelizmente, parece que a espécie humana ignora as lições da história, e os mesmos erros são cometidos depois de se constatarque foram erros no passado. O crescente movimento de privatização da água faz parte do crescente movimento de privatização de tudo quanto há, nomeadamente dos recursos naturais. É uma falácia total: enganam-se os cidadãos com a fábula de que os recursos são melhor geridos por entidades privadas e adormecem-se os cidadãos com futebol, telenovelas, big-brothers e notícias encomendadas. E depois do Estado (todos nós) pagar os grandes investimentos em infra-estruturas, privatizam-se os respetivos lucros, enquanto a população paga cada vez maiores faturas, e enquanto as tais empresas, muitas vezes com monopólios, amealham enormes lucros! Em Portugal, já temos o caso da energia elétrica, que não lhe chegava ter o monopólio da electricidade, ainda tem agora o gás natural. A electricidade e o gás, cada vez mais caros. A tal empresa, cada vez com maiores lucros.
No que se refere à água, a União Europeia pressiona o Governo, que por sua vez chantageia os municípios: aqueles que não aderirem à privatização da água, terão as suas receitas a partir do orçamento de estado diminuídas. Está demonstrado por esse mundo fora que a privatização da água é um engano, como comprovam os casos de Cochabamba, na Bolívia (a guerra da água), ou de Paris, e muitas outras cidades, que acabaram por remunicipalizar a água. A água é um bem demasiado essencial, é como o sol e o ar, com que direito pode servir para dar lucro a alguns à custa de tantos?
9 – Diário do Verde: O mundo é movido pelo petróleo. Só que como bem sabemos, esta é uma fonte de energia finita, além de ser altamente prejudicial ao meio ambiente. Como você avalia as seguintes fontes alternativas: biodiesel, hidreletricidade, energias solar, eólica, nuclear e hidrogênio? A tecnologia atual é suficiente ou há ainda muito a ser feito?
Manuela: Não há dúvida que o petróleo foi, depois do carvão, mas muito mais que este, o motor da revolução industrial, foi a energia barata em forma líquida e transportável, que permitiu a explosão demográfica que ainda vivemos. Tendo já atingido o pico, o seu declínio cruza-se com a procura cada vez maior. Por isso, muitos procuram a solução milagrosa para o substituir. Não acredito que tal alternativa exista. A energia nuclear, para além dos gravíssimos riscos que comporta, é também finita, estima-se em algumas décadas a duração das reservas de minérios contendo as matérias primas (urânio, tório, plutónio). O biodiesel tem sido também uma perigosa solução, pois está a ser responsável pela desmatação e pela diminuição da produção alimentar. Quanto às energia renováveis (solar, eólica, hidroelétrica), todas elas serão necessárias. No entanto, a energia hidroeléctrica seria uma boa opção, se utilizada em pequenas unidades (microprodução), e não em grandes barragens que destroem ecossistemas e comunidades inteiras. Sobre a energia a hidrogénio, não tenho informação suficiente, mas julgo que também não será uma solução de grande futuro, pois o gás hidrogénio não existe nessa forma na natureza e terá de ser fabricado, e para tal, gastar-se-á energia. Penso que ainda há que aperfeiçoar as tecnologias renováveis, de forma não só a torná-las mais eficientes, como menos consumidoras de recursos e menos impactantes na natureza. No entanto, aquilo que preconizo é o caminho de energia descendente, um percurso que alia a mudança de hábitos (pessoais, industriais e agrícolas) no sentido de menor consumo de energia, a maior eficiência energética e o uso de energias renováveis. Este é o caminho da Permacultura e das Comunidades em Transição.
10 – Diário do Verde: No ano 1980, o escritor inglês Alvin Toffler, em seu livro “A Terceira Onda”, de maneira inovadora, dividiu a história recente da humanidade em ondas, usando cada uma para simbolizar mudanças gigantescas para o homem a nível mundial: A primeira onda representando a Revolução Agrícola – época em que a terra era muito valorizada e as famílias eram grandes, unidas e cada um era considerado como ser único (onde a roupa entrava na pessoa e não a pessoa que tinha de entrar na roupa – tempo do alfaiate); a segunda onda representando a Revolução Industrial – época em que o capitalismo se instalou na economia, a máquina adquiriu mais importância que o homem e deu-se o surgimento da cultura de massa; e por fim, a terceira onda, representando a Revolução Tecnológica – a era da internet, da globalização e de onde “ter e parecer” é o que há. O quadro não está nada bom, entretanto, ao que tudo indica, estamos presenciando uma revira-volta na situação e existe a possibilidade concreta de entrar em cena uma nova onda, a Revolução da Sustentabilidade, onde o meio ambiente, as pessoas e o ser humano serão prioridade e onde o “Ter e parecer” virá abaixo. O que você pensa a respeito dessa afirmação, Manuela?
Manuela: Não li o livro que menciona, apenas algumas passagens mas parece que Alvin Toffler acertou na terceira onda (ou terceira vaga), pelo menos até agora. Bem vemos como tanta coisa se está a desmaterializar, como a globalização continua rapidamente a ocorrer, como a maioria (e aqui falo sobretudo nas novas e fortes economias emergentes) continua na ânsia de ter e de comprar. Toffler preconiza o cenário tecnológico delirante: a tecnologia cria os problemas, a tecnologia resolve os problemas que cria, criando outros problemas piores, e assim sucessivamente, num ciclo vicioso ou espiral que (julgam que) não tem fim… mas terá fim, não só porque tudo tem um fim, como porque é insustentável! Sim, parece que estamos mesmo nessa Terceira Vaga!
Sobre a Revolução da Sustentabilidade, acho que ela está a começar, um pouco por todo mundo, mas apenas em faixas muito restritas da população (de mente mais aberta), e aproveitando a Terceira Onda para a partilha de conhecimento. Refiro-me à Permacultura, à Transição, às Ecoaldeias, Ecovilas, e Ecocidades. Se atingirá proporções que a tornem uma verdadeira Quarta Onda, não posso saber, mas, pelo caminho que leva, não acredito num futuro comandado pela tecnologia e pela ciência. Ou virá essa quarta onda da sustentabilidade a tempo, ou virá um tsunami civilizacional que instalará o caos, porque a Terra é finita e não aguenta esta velocidade de consumo de recursos por muito mais tempo, e esta “civilização” humana irá colapsar quando não tiver disponível os recursos básicos à sobrevivência humana.
*A grafia original da autora foi mantida neste artigo (Português de Portugal).
Não esqueça de deixar seu comentário e sua opinião, querido leitor, e enviar sugestões para as próximas edições. E-mail: verdebate@diariodoverde.com.
One Comment
Pingback: VerDebate: Humor e Sensibilização Ambiental #4 | Diário do Verde