“Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho”
(No Meio do Caminho, Carlos Drummond de Andrade)
Novamente a natureza, os recursos naturais, e os meios de prover o desenvolvimento econômico e supostamente social, em detrimentos dos possíveis impactos ambientais que advém de obras de intervenção de grande porte.
Segundo alguns especialistas a derrocada do Pedral do Lourenço seria uma irresponsabilidade caso seja licenciada. Pois é, licenciou-se.
O Pedral do Lourenço é uma faixa de rio com uma extensão aproximada de 43 quilômetros de rochas, próximos de Itupiranga, no sudeste do Pará, que impedem a navegação nos períodos de seca, o que inviabilizaria o desenvolvimento da hidrovia desejada. (Portal Brasil)
A saber: “O derrocamento é um procedimento para retirada de um conjunto de pedras, que se estende por quase 43 quilômetros ao longo do rio Tocantins.” (Fonte: G1), claro que já devam imaginar, com o uso da força bruta – explosivos.
A remoção de pedras e rochas submersas no Pedral do Lourenço, no rio Tocantins, acima das eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí, viabilizará a sonhada hidrovia do Tocantins, que se tornará uma das mais importantes do país. Pois a obra irá propiciar a melhoria das condições de escoamento pela hidrovia do Tocantins de toda a produção mineral, agrícola e pecuária sob sua área de influência, com destino aos portos e terminais localizados em Vila do Conde (PA) e no baixo Amazonas, chegando a uma capacidade de transportes calculada em até 20 milhões de toneladas por ano.
Nestes termos as obras estão previstas para 2018.
A propósito, Belo Monte segue em frente.
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