“Ainda somos os mesmos
e vivemos como nossos pais“
Esperei ansioso pela estréia do Filme Xingu. Confesso que esperar foi mais produtivo que assisti-lo. Não porque o filme tenha qualidades duvidosas. Minha expectativa é que foi maior, dado meu contato com as obras dos irmãos Villas Boas, de Darcy Ribeiro , Benedito Monteiro e Inglês de Souza… Como na Amazônia as dimensões de tudo sempre são maiores do que possamos imaginar. Tudo é muito grande e muito vasto. A começar pela eterna ganancia do homem.
“Tudo o que nós pudemos fazer foi chegar antes“. Estra frase de Orlando Villas Boas define nossa saga na Amazônia, no que concerne aos nossas pretensões de preservar o meio ambiente. De resto fica o que podemos chamar de redução de danos. Tendo em vista a ocupação desta região (invasão seria um melhor termo posto que já existíamos aqui) norteados por palavras de ordem como “terra sem homens para homens sem terra” (como se aqui não houvéssemos), “ocupação pela pata do boi”, etc. Seguidos de grandes empresas, em especial as mineradoras, hidroelétricas, serrarias, fazendas, etc.
O tom do filme se resume nas palavras de Orlando. Apesar da surpreendente beleza do encontro com a natureza em seu estado pleno, a exuberante riqueza de centenas de anos de cultura e informação e de tudo que aprendemos com isto, somos postos à prova em nome da ordem e do progresso. Quem de nós deixará de usar o telefone celular, o notebook, ipad, tv à cabo ou desligar a tv na hora da novela das 8h? Belo Monte parou. Mas até quando?
Ficaremos só a assistir?
Trecho do Documentário – Expedição Irmãos Villas Bôas – 1953
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