“Antes que os homens aqui pisassem nas ricas e férteis
terras brasilis
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios
Reais donos felizes da terra do pau Brasil
Pois todo dia e toda hora era dia de indio
Mas agora eles tem so um dia
Um dia dezenove de abril” (Todo Dia era Dia de Índio, Baby do Brasil)
Segundo Chico Buarque, o dia em que morrerem a Xuxa e o Taffarel acabaram os brancos no Brasil. No DVD o cantor se referia a falsa ideia de que no Brasil é possível distinguir claramente as questões sobre etinia/raça. Salvo engano há pesquisas que comprovam que todos nós brasileiros (estatísticas, são estatísticas) temos genes de origem indígena.
Sabemos que a História é a história do conquistador, do opressor, do vitorioso. A História são histórias de ideologias e preconceitos e intransigências. Do “bom selvagem” ao canibal, do preguiçoso ao sábio, do amigável ao traiçoeiro, há um pouco de mitos e verdades em cada conto. Vivo a me perguntar por quê nos ensinam tanta coisa “equivocada” nos primeiros anos de escola, por quê tanto rodeio, omissões e tanto floreio?
Hoje em dia há uma corrente que busca desmistificar muito do que a história contou. Indico que leiam a livros como os de Eduardo Bueno (A Viagem do Descobrimento; Náufragos, Traficantes e Degredados; Capitães do Brasil e; Mundo Novo, As Cartas que Batizaram a América), ou o curioso e divertido “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, do jornalista Leandro Narloch. E começamos a perceber que a “ocupação” do território nacional brasileiro é uma sucessão de tropeços, reajustes, acertos e remendos. O que se traduz no tal “jeitinho brasileiro”.
Aquele que sempre viveu em comunhão (no sentido mais amplo e verosímil) com a natureza passou em pouco mais de 500 anos de personagem principal (de fato e de direito) a mero espectador, quiçá figurante, dentro de seu próprio lar: as matas brasileiras.
No Brasil existem 604 territórios indígenas.
No Brasil existem 215 povos indígenas que falam 180 línguas e inúmeros dialetos.
No Brasil existem 440 mil cidadãos brasileiros vivendo em aldeias (63% são jovens e adolescentes).
E ainda hoje há grupos indígenas ainda não contactados.
Poderíamos aprender mais com quem mais entende, ou melhor dizendo, compreende o meio ambiente.
Para saber mais:
- FUNAI – http://www.funai.gov.br/index.html
- Museu do Índio – http://www.museudoindio.org.br/
- Museu Paraense Emílio Goeldi – http://www.museu-goeldi.br/
- ABANT – Associação Brasileira de Antropologia – http://www.abant.org.br/
- Índios On-Line -http://www.abant.org.br/