No ano de 1930 pesquisadores encontraram fósseis de uma nova espécie no leste do Paraguai, região do Chaco. As formações eram semelhantes a um porco do mato pré-histórico do gênero Catagonus, e por isso o batizaram de porco do chaco ou taguá (Catagonus wagneri). Com o seguimento das pesquisas científicas no local nenhum vestígio de que a espécie ainda existia foi encontrado, levando os cientistas a acreditarem que ela já estava extinta.
No entanto, 45 anos depois, Wetzel e colaboradores (1975) encontraram exemplares vivos do porco do chaco (C. wagneri), e perceberam que não se tratava de uma espécie extinta mas de uma bastante ameaçada. Desde então, começaram diversas ações no intuito de preservar a conservação da área e também da espécie. Atualmente estima-se que vivem cerca de 3000 indivíduos.
Essa história, contudo, poderia ter sido bem diferente. Os índios Aché, que vivem nessa região há milhares de anos, sempre afirmaram que o porco do chaco ou taguá nunca tinha sido extinto, e que frequentemente avistavam grupos na natureza (Sulton & Anderson 2004). Mas durante os 45 anos de pesquisas científicas nunca foi encontrado nenhum vestígio dessa espécie, e por isso, os cientistas afirmavam que os índios Aché estavam errados.
O problema dessa história não é apenas uma questão de descoberta científica. Se desde o descobrimento da espécie os cientistas afirmassem que o porco do Chaco (C. wagneri) não estava extinto e sim muito ameaçado, medidas de conservação da área poderiam ser tomadas. Como isso não aconteceu, durante os 45 anos entre a descoberta da espécie e a comprovação de que ela não estava extinta, a região foi intensamente desmatada e grande parte da vegetação nativa suprimida, ficando o porco do chaco (C. wagneri) ainda mais ameaçado.