O atual sistema de produção de alimentos tem um papel significativo no impacto ao meio ambiente. Os danos podem ser identificados ao longo de toda cadeia de produção (LANG, 2009). Globalmente, a agricultura representa 14% dos gases de efeito estufa (GEE) (BERNSTEIN, 2007). Somente a produção a agrícola dos EUA representa 6% das emissões de GEE e utiliza 80% da água potável do mundo (STEINFELD, 2006, GREEN FOR ALL, 2011). A produção pecuária mundial responde por 18% das emissões de gases de efeito estufa (FAO, 2006).
Insumos agrícolas, como fertilizantes e pesticidas, são a maior fonte de poluição em rios e lagos e um dos principais causadores de poluição da água subterrânea contaminada e degradação das zonas úmidas. (GREEN FOR ALL, 2011).
O pacote tecnológico aplicado nas monoculturas levou o Brasil a ser o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Entre as culturas que mais os utilizam estão a soja, o milho, a cana, o algodão e os citros. O Brasil concentra 84% das vendas de agrotóxicos da América Latina e existem 107 empresas com permissão para utilizar insumos banidos em diversos países. Os registros de intoxicações aumentaram na mesma proporção em que cresceram as vendas dos pesticidas no período 1992-2000. Mais de 50% dos produtores rurais que manuseiam estes produtos apresentam algum sinal de intoxicação (CONSEA, 2010).
Os agrotóxicos mais usados na agricultura são os inseticidas (para controlar insetos), os herbicidas (para controlar plantas e ervas daninhas) e os fungicidas (para controlar fungos). Eles podem ter origem biológica ou química. A maioria apresenta o princípio ativo (agente de controle) químico e, portanto, potencial tóxico não só para as pragas que devem controlar, mas também para o homem, os animais e os recursos naturais. Alguns são extremamente tóxicos. Mesmo quando utilizados em pequenas quantidades e curta duração, geram danos, ambientais e à saúde, irreversíveis. (MMA, 2005).
De maneira ainda minoritária, mais crescente, o enfoque agroecológico visa a diversificação e a revitalização das médias e pequenas propriedades rurais e a reformulação da política agrícola e da alimentação de maneira que sejam economicamente viáveis para agricultores e consumidores (ALTIERI, 2005). Para restaurar os sistemas agrícolas é necessário criar alternativas e incentivar ações como:
– Produção local de alimentos;
– Utilização de métodos de produção que contribuam para o desenvolvimento local e o desenvolvimento social;
– Uso racional dos recursos naturais;
– Reciclagem de matéria orgânica e nutrientes;
– Fluxo eficiente de energia.
Caso alguém deseje as referências, deixe um comentário que as envio.
2 Comments
Rodrigo
É necessário que cada vez mais seja discutido ética no ambiente rural. As academias que formam profissionais para atuar nesse meio e órgãos que representm esses profissionais devem aprofundar-se no tema ao invés de evitá-lo. Ética na produção de alimentos é um assunto ainda pouco promovido, e acho que o avanço nesse tema pode representar um pouco mais de vida para nosso planeta. Parabéns pela matária.
Elaine Nazaré dos Santos
Olá Rodrigo,
Obrigada pelos parabéns.
Assim como você acredito que esse assunto precisa ser discutido cada vez mais, não apenas no ambiente acadêmico, mas também em em órgãos e empresas para que assim possamos formar não só profissionais habilitados para resolver essa questão, mas uma sociedade mais consciente e responsável pelas suas ações.