“Nos teus olhos opacos
aprendo o que nos distingue.
Já repartes comigo a ciência e a paciência.
Quero contigo repartir a esperança,
estrela vigilante em minha fronte
e em teu olhar apenas um tição
encharcado de engano e cativeiro.“
(Lição de Escuridão, Thiago de Mello)
Presumo ser este meu quarto artigo mencionando Belo Monte. E tudo se encaminha para, como se diz na gíria, ser uma “parada dada“. O que se vê na TV é para, e somente, para a TV. Hoje no Globo Repórter (02/12/2011), e em quase todos os programas da TV que mostram a natureza como esse “impávido colosso”, a Amazônia, rica, deslumbrante e misteriosa, lançam uma cortina de fumaça sobre os reais problemas e dificuldades que a região e seu povo enfrentam. Parece que nossa consciência e raciocínio mudam conforme muda-se o canal de TV.
A voz gutural do narrador diz que a “natureza é equilibrada”, que a unidade garante o todo, e o todo protege o indivíduo. Nesta premissa de que a parte está no todo e o todo esta nas partes, em se tratando da natureza desconsidere a participação humana. O homem considera-se à parte do todo e age ou comporta-se como se fosso o único todo. O Homem não é equilibrado.
Em uma iniciativa inovadora um grupo de pessoas, da produtora Cinedelia, buscam recursos financeiros, num esforço coletivo, para finalizar uma obra em vídeo, um documentário, que possui 120 horas de imagens sobre Belo Monte. Como a floresta que tem sua parte representada no todo e esse todo é mais que a soma de suas partes, já não é sem tempo de participarmos desse todo, ao menos engrossar este coro, porque pior do que o escuro é o silêncio da mata.
Para saber mais acesse:
http://catarse.me/en/projects/459-belo-monte-anuncio-de-uma-guerra
http://blog.catarse.me/
http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2011/11/24/bibliografia-comentada-50-leituras-sobre-o-ecocidio-de-belo-monte-1%C2%AA-parte/