As “necessidades” do homem branco exigem a busca de formas de produzir mais e mais objetos de consumo. Para tanto, acarreta-se a isto, a necessidade de desenvolver mecanismos de produção, que por sua vez demanda o consumo de energia elétrica , base/fonte principal de energia (junto ao petróleo) para manter o maquinário humano. E por mais alternativas de geração de energia (eólica, solar, etc.) que existam, a humanidade ainda depende massivamente das energias de origem hidroelétricas, petrolíferas e nucleares. E as implicações ambientais que envolvem estes tipos de produção de energia já são velhos conhecidos.
É comum dizer que as grandes metrópoles “não param” ou “não dorme”. O que implica na produção/consumo de energia para tanto movimento humano. O medo dos “apagões”, do escuro, reflete no imaginário coletivo os velhos fantasmas infantis, hoje ofuscados por tanta tecnologia. Mas permanecem lá.
Se bem entendi o projeto inicial de Belo Monte previa a construção de um complexo de 05 (cinco) pontos de represamento e a inundação de mais de 1200Km². Os protestos e pressões de movimentos sociais e do Ministério Público levaram a uma série de revisões e aperfeiçoamentos do projeto que hoje prevê um reservatório com cerca de 516 km², 51600 hectáres de floresta inundada, o que deixará submerso parte do Xingu (Volta Grande) e um terço de Altamira. Estima-se que o projeto embora gere emprego e renda durante sua construção, a instalação da usina desalojará mais de 20 mil pessoas.
Depondo contra os defensores da usina há o argumento de que a capacidade de gerar energia, considerando-se que Belo Monte será a terceira maior usina do mundo, fica comprometida durante os períodos de estiagem. Belo Monte no auge de sua capacidade gerará algo entorno de 11.233 MW de energia em épocas de cheias, que compreendem de três a quatro meses ao ano, caindo para 4.000 MW nas épocas de baixa. Sendo que a maior parte desta energia não será destinada para a região afetada. Para os defensores da obra a Usina de Belo Monte a obra gerará um investimento 19 vezes maior do que o orçamento atual do estado do Pará e defendem que a proposta das obras que, segundo estudos, atingirá apenas um terço da área original a ser alagada.
São quatro décadas de discussão. Progresso e desenvolvimento versus natureza, índios e ribeirinhos. No embate o que há de realmente necessário para o desenvolvimento humano e conservação da natureza? Como otimizar e harmonizar os desejos humanos e o bem estar social? Será que é válido o ditado que diz que para se fazer uma farofa tem que se quebrar os ovos ou para se fazer uma limonada temos que espremer os limões? Será que a ditadura da lógica do desenvolvimento temos que crer na pacífica e paciente aceitação de que dos males que nos seja o menor?
Veja no infográfico para visualizar a linha do tempo da UHE de Belo Monte:
Para saber mais:
http://www.blogbelomonte.com.br/usina-belo-monte/
3 Comments
Telma Monteiro
O desenho acima (que mostra a volta grande com os reservatórios) está errado. Precisam corrigir. Obrigada.
Telma
Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves
Olá Telma, muito obrigado por sua observação. Em breve, a imagem será substituída, entrarei em contato com o autor. Abraços!
Sandro Henrique Rodrigues Menezes
Olá Telma! Agradeço a observação. A função da imagem é ilustrativa, com objetivo de dar uma noção ao leitor de como poderá vir a ser Belo Monte, dado as inumeras reconfigurações do projeto original para redução dos impactos ambientais. Para melhor procedermos gostaria que nos indicasse o que há de errado na imagem utilizada, resaltando que a mesma foi retirada da internet, para que também o autor original que a postou na rede possa corrigi-la.
Atenciosamente,
Sandro Menezes
P.S.: troquei a imagem por outra que suponho ser de seu blog.