Continuando ainda nossa conversa sobre os Efeitos das plantações na biodiversidade, hoje vou falar sobre um assunto de extrema importância: a Água.
Bem, em algum momento certamente chegaria a este assunto, em verdade não há como falar de biodiversidade, florestas, plantações, não há como falar de vida, sem citar a água.
Como sabem, a chamada Mata Ciliar é uma formação vegetal localizada nas margens de rios, córregos, lagos, represas ou nascentes. A Mata Ciliar (ou de Várzea) é considerada pelo Código Florestal como “área de preservação permanente” e realmente é assim que tem de ser, permanentemente preservada, para que não acabe. Mas será que isso acontece?
Esta formação vegetal faz com que o rio ou nascente d’água sobreviva, continue ativo, evitando o assoreamento (que é a deposição de sedimentos das margens no fundo do rio, diminuindo sua profundidade e modificando o sistema aquático) e também dificulta o acesso às águas de forma a proteger o curso d’água contra agrotóxicos, por exemplo.
O problema é que a Mata Ciliar está ameaçada. Conforme expliquei na semana passada sobre o Efeito de Borda em fragmentos de floresta, estes pedaços de mata muitas vezes morrem por uma ação natural decorrente da derrubada de árvores. Pois bem, a Mata Ciliar, em muitos casos também é um Fragmento! E mais, é um fragmento muito frágil, onde devido a menor variação em seu biosistema, graves efeitos colaterais podem ocorrer, como por exemplo, a nascente pode secar, ou a qualidade da água pode ser afetada.
Reconstruir estes trechos de mata também é demasiadamente complexo, pois devem ser levados em consideração diversos aspectos nativos da mata em questão e o processo de reconstrução é extremamente lento. Mais ainda: uma vez destruída ou degradada a Mata Ciliar, esta nunca voltará a ser exatamente como era antes, as consequências são irreversíveis.
Resumindo, por que a Mata Ciliar deve ser preservada?
– Reter/filtrar resíduos de agroquímicos evitando a poluição dos cursos d’água;
– Proteger contra o assoreamento dos rios e evitar enchentes;
– Formar corredores para a biodiversidade;
– Recuperar a biodiversidade nos rios e áreas ciliares;
– Conservar o solo;
– Auxiliar no controle biológico das pragas;
– Equilibrar o clima;
– Melhorar a qualidade do ar, água e solo;
– Manter a harmonia da paisagem;
– Melhorar a qualidade de vida.
E o que acontece quando a mata é destruída?
– Perda de qualidade da água;
– Erosão e perda de nutrientes do solo;
– Aumento de pragas das lavouras;
– Assoreamento dos rios e enchentes;
– Alterações e desequilíbrios climáticos (chuva e aumento da temperatura);
– Redução da atividade pesqueira.
Este tipo de mata é protegido por lei e deve ser respeitada!
Mais informações sobre a Mata Ciliar AQUI.
Vitor Casadei
Bacharelando em Ciência da Computação pela UFSCar
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