“Faltou luz mas era dia, o sol invadiu a sala
Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia” (O Que Sobrou do Céu, O Rappa)
Uns dias sem energia elétrica. E dizemos que isso seria um transtorno. Na semana anterior, na qual não pude postar meu artigo semanal, foi um dia desses. Três dias sem energia elétrica em casa. Os 03 primeiros dias na casa nova após a mudança. Sem luz.
Parece que não será possível fazer nada. Não tem água gelada ou um suco de cupuaçu, não tem ventilador ou ar-condicionado, não tem televisão, não tem música, nem rádio. Não tem computador. Não tem internet! E o celular descarregando. Com o passar do dia, o sol se pondo e tudo ficando mais escuro.
Rezamos para a CELPA, “santa UH de Tucuruí“, “santa UH Belo Monte“, “santa Itaipú“. A noite cai. Os grilos, o coaxar dos sapos. Não moro em uma cidade tão interiorana, mas chegamos a ouvir as pessoas conversando na rua, bicicletas passando. Os pássaros de manhã cedo. Conversamos mais (ainda) eu e a Lú. Observamos mais as pessoas na rua, o que fazem e dizem. Olhamos mais para o outro. Lembramos de velhas histórias infantis (de assombração, de visagem). Lembramos da época de seringueiro de meu avô no Acre. Olhamos mais para as estrelas e para as nuvens.
E cá nós estamos. Na internet, no celular, no facebook, twitter. Vivendo (alguns sobrevivendo a pesar de) a todos estes dias de nossa vida COM ENERGIA elétrica.