Texto enviado gentilmente por Ivone Boechat / Site | Blog pessoal.
O homem busca, em desespero, mas antes tarde do que nunca, a preservação do que sobrou neste Planeta. Não é impossível, até porque atitudes simples têm o poder de mudar o rumo de coisas importantes. Mas eis o impasse: por que não se começa a educar para o equilíbrio da ecologia humana? Quanto custa o esforço por um abraço, por um sorriso, pela demonstração de afeto?
A Escola gasta quase todo o tempo destinado a ela, resolvendo equações de primeiro e segundo graus e a criança vive refém de deveres de casa. Não há tempo nem espaço para brincar, ao sol. Dirão muitos que a concorrência exige tudo isso na corrida desenfreada ao mercado de trabalho: passar nos concursos, brilhar nos vestibulares e arranjar emprego estável! Nessa guerra da sobrevivência só quem sabe mais equação e rebimboca da parafuseta alcança o sucesso. Será? Claro que não.
Certa vez perguntaram a uma famosa atriz, centenária, o que a levou ao sucesso nos palcos do teatro e ela nem pestanejou: a fome. Estudar não lhe fez falta? Perguntou o repórter, e ela disse que não, porque a professora só ensinava algarismos romanos até 100.
A educação tem os recursos pedagógicos para transformar a humanidade. Quem falhou? Ao invés de se ensinar só doutrinas, porque não se ensinam valores? Fé, amor, paz, união, misericórdia, fraternidade, solidariedade? Ensinar ao homem a ser bom é um grande desafio. Todas as guerras do Planeta têm origem nas doutrinas.
O maior desafio da educação é ensinar a viver e preservar a vida!
Preservar é insistir na luta pela vida, é ajudar a garantir às gerações a dádiva de viver! O cidadão comprometido com a vida é capaz de interagir e ajudar a deter o poder de destruição ao redor, mesmo sem ter nas mãos as prometidas verbas públicas. Ele pode exercer a cidadania de uma forma pacífica, inteligente e gratuita: indignar-se.
Para preservar é preciso formar cidadãos sentinelas da vida, que saibam intervir no momento certo para se evitar o desperdício, o mau uso, o abuso, mas, sobretudo, formar o educador do meio ambiente, capaz de ensinar “a tempo e fora de tempo” como viver sem deixar um rastro de morte por onde passa.
Quando o homem reflorestar as ideias, podar os galhos secos da ira, regar as raízes no manancial da fé, vai colher os frutos de um mundo oxigenado de amor. Aí, sim, o homem equilibrado vai equilibrar o Planeta!