A 16ª edição da Conferência das Partes, idealizada na cidade Cancún, no México, chega a sua reta final. O planejamento oficial define o dia de hoje, como o encerramento das negociações climáticas entre os países integrantes da UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. 12 dias de evento, que devem resultar (se é que de fato irá acontecer) em um acordo pífio e sem nenhuma exigência decente por parte de seus signatários. Vai de mal a pior a fé das pessoas em acreditar que veremos a curto prazo, metas e obrigações por parte dos reais culpados do desequilíbrio ambiental no mundo. Enquanto isso, só história pra boi dormir. Final feliz? Quem sabe…
Beirando ao ridículo, terminou-se outra COP. Em 2010, completou-se 15 anos da sua instauração, em 1995, na Alemanha. O tempo passou, e poucos resultados vigoraram em algo proveitoso. Este ano, que inaugura a nova década do século XXI, não foi exeção: seguiu e manteu como ninguém a péssima metodologia de “negociação internacional”.
O único acordo que denota-se, é o do dinheiro: o que é meu é meu, o que é seu também é meu. É esta a política dos países-ricos, criminosos e medíocres, porém o seu “status superior” concede permissão para pintar e bordar e ai de quem reclamar. Os países inferiores, que levem na costa a elite.
Nosso meio ambiente continua sendo insultado grosseiramente, e pouco se faz para mudar isso. O verde que preocupam-se e que estão interessados realmente é o do dinheiro, de resto é tudo papo-furado, afora raríssimas exceções. 2012 está perto, e até o desgastado Protocolo de Kyoto, uma conquista suada, pode ser descontinuado. É uma das pouquíssimas coisas boas que fizeram em 15 anos!!!
A incompetência, falta de coragem e despreparo, são só fatores adicionais do fracasso histórico da Conferência das Partes. O berço está no preconceito e no medo de um mundo igual, com oportunidades para todos.
Este é o desenvolvimento, sem leviandades. Apesar disso, perder a esperança não é o caminho, nem porto-seguro. A Folha de SP, listou alguns avanços, que podem sair desta COP, mesmo à espreita do fracasso:
AÇÕES FUTURAS (VISÃO COMPARTILHADA)
* Os países reconhecem que o aquecimento global é inequívoco;
* As nações devem cooperar para estabilizar as concentrações de CO2 na atmosfera “bem abaixo” das 350 partes por milhão.
ADAPTAÇÃO
* Países desenvolvidos deverão financiar as ações de adaptação em países em desenvolvimento;
* Os países podem estabelecer um Comitê de Adaptação para implementar ações nesse sentido, ou podem simplesmente continuar pensando no assunto.
MITIGAÇÃO
* O ano-base para as reduções de emissão pelos países ricos será 1990, e não 2005, como queriam os EUA;
* Não há consenso sobre a produção de um acordo legalmente vinculante que inclua os EUA e os países em desenvolvimento;
* Não há o reconhecimento formal do “buraco” de 5 bilhões de toneladas de CO2 nas ações hoje propostas.
Meus votos são para que, desta vez, a fantasia possa dar lugar à realidade, ao menos uma vez!!! Enquanto todos, em geral, continuarem sentados e com os braços cruzados, pode ter certeza: isso não vai acontecer, e não é culpa de Deus: e sim de nós mesmos – colhemos o que semeamos.