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Entra o final de novembro/início do mês de dezembro, é a mesma ladainha: líderes debatem em um lugar qualquer do mundo, e do lado de fora das negociações, pessoas cruzam os dedos pedindo desesperadamente um acordo climático. E o que acontece? Nenhum avanço, e algum documento vago de intenções. Ano passado chegou a ser emocionante, com o apelo e entusiasmo das pessoas, porém isso só, não leva a lugar nenhum e não serve de consolo. O impasse continua, e as dúvidas e a descrença por parte da população, aumenta ainda mais. Início: dia 29 | Encerramento: dia 05.
México, cidade de Cancún. Este foi o cenário da vez para ser realizada a 16ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Hoje começou as deliberações, que trazem das discussões antigas a fama de muita conversa e pouca ação. Depois da vergonha e decepção de 2009, um clima de nostalgia generalizada estabeleceu-se: ou estagnamos, ou retrocedemos. Esperança é artigo de luxo.
A participação no ano anterior, do Brasil, foi histórica, e destaque em toda a imprensa internacional. Lula encarou de frente a proposta de um mundo “verde” e posicionou-se firme em seu auxílio, a ponto de fazer maiores cortes de emissões de CO2, principal gás causador do efeito estufa e o “centro das atenções” da conferência. Dilma Rousseff, chefe da delegação brasileira em Copenhague, na COP 15 – Dinamarca, então ministra-chefe da Casa Civil e atual presidente-eleita do país, que tomará posse em 2011, foi outro grande exemplo, só que com efeito contrário, de um grande despreparo e falta de bom-senso, ao dizer na reunião que: “O meio ambiente é sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável, e isso significa que é uma ameaça pro futuro do nosso planeta e dos nossos países.“
O Brasil tem tudo e mais um pouco para tornar-se a maior potência ambiental mundial, um líder, mas precisa iminentemente mudar certos posicionamentos, corrigindo defeitos e prosseguir com o que está dando certo, e investir pesado em uma sociedade de cidadãos sustentáveis, conscientes e dispostos a fazer mais.
Quanto ao “resto do mundo”, em especial à COP, devemos enfatizar a solução, não a paliatividade ou pior: o “que se dane, não é comigo, quem paga o preço/pato?”. Como não é novidade, a raiz da desavença está nos Estados Unidos, um infortúnio que com suas corporações, só traz males ao mundo. Enquanto a razão não for maior que a incapacidade de luta do homem, será sempre o mesmo desfecho: 1 país, que trava o avanço de cerca de 200 ao redor.
A pergunta não é o que esperar, mas por que esperar, o que há de maior em tudo isso. Tratar e encarar o planeta como “segundo plano”, só serve para comprovar o quão distante estamos de progredir. Se é que não é otimismo demais crer nisso… Com COP ou sem COP, estamos diante de uma bomba, prestes a estourar. Pagar pra ver a “coisa ficar preta”, não é nem um pouco inteligente por nossa parte. Dinheiro não é tudo na vida, a natureza, sim.
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