Recursos Naturais Renováveis: conceito que ficou muito em moda depois da crise do petróleo, um recurso natural não-renovável. Os estoques planetários de petróleo e de minerais (incluindo solo e água) são finitos e não podem ser aumentados a curto prazo. Não vão aumentar, em milhares de anos. Por isso não são renováveis. Os estoques de madeira, pescado e produtos florestais, por exemplo, podem se renovar num espaço de tempo compatível com as atividades humanas, desde que o consumo não seja maior do que a recompensação natural. Por isso são chamados recursos naturais renováveis. O mesmo ocorre com o combustível produzido a partir da cana-de-açúcar, o álcool hidratado, incorporado na gasolina para contribuir na melhoria da qualidade do ar das grandes metrópoles. Por extensão, o conceito de recursos naturais tem sido aplicado à fauna e à flora. A validade dessa aplicação é parcial, pois as espécies podem ser extintas. Nesse sentido, por paradoxal que possa parecer, a floresta e a fauna representam de fato recursos não renováveis em termos absolutos. Aextinçãoé mesmo para sempre. Para evitar a exaustão ou a extinção dos recursos naturais renováveis são fundamentais os estudos ecológicos que, com bases científicas, podem estabelecer as condições e os limites de uso e exploração desses recursos, bem como planos de manejo adequados à sua capacidade de suporte.
Reintrodução de Espécies: refere-se ao ato de devolver a um ecossistema uma espécie vegetal ou animal que dele desapareceu. As reintroduções de animais são difíceis porque a espécie que volta normalmente não encontra o mesmo hábitat em que vivia. As reintroduções de vegetais são, em geral, mais fáceis. O caso de reintrodução de animais criados ou reproduzidos em cativeiro é bastante complexo, pois os indivíduos já não têm os mesmos hábitos de quando ocupavam aquele ecossistema. Ou seja, reintroduções implicam readaptações.
Riqueza: a riqueza específica de um ecossistema ou biocenose mede o número de espécies existentes num dado momento. Ela é uma medida numérica simples, a totalização de uma lista de espécies diferentes detectadas. O cálculo da riqueza específica implica o inventário sistemático de todas as espécies de um determinado grupo: aves, mamíferos, vegetais superiores… Um determinado ecossistema pode ser mais pobre em aves do que outro mas mais rico em mamíferos, por exemplo. A riqueza também pode variar ao longo do tempo em função de fenômenos como amigração. A comparação da riqueza específica de dois ecossistemas implica também um esforço de amostragem análogo, para que os dados sejam equivalentes. Esforços, épocas ou métodos de amostragem ou coleta diferentes podem levar a conclusões distorcidas sobre a verdadeira riqueza específica de um ecossistema. Comparar duas regiões ou ecossistemas, em função de sua riqueza específica, requer prudência e rigor, apesar da facilidade com que determinados textos exaltam a riqueza específica de um local. Para os ecólogos, uma riqueza específica pequena ou grande tem a mesma importância, mesmo se seus significados diferem. Todavia, dois ecossistemas com riqueza específica análoga podem estar em situação ecológica completamente diferente. Num deles as espécies poderiam estar todas à beira da extinção e nada seria indicado no valor da riqueza específica. O estado de São Paulo, por exemplo, onde o desmatamento e a ocupação urbana reduziram as formações vegetais naturais a menos de 13% de seu território, apresenta hoje uma riqueza específica maior do que a existente no momento da descoberta do Brasil. Pode-se afirmar que restam representantes de toda a flora existente na época do descobrimento, mas a ocupação humana enriqueceu o estado com um número enorme de espécies exóticas, muitas das quais se tornaram subespontâneas. Enquanto existir um pequeno número de representantes de uma espécie, mesmo sob a ameaça de extinção, ele conta na riqueza específica. Para completar essa análise, os ecólogos usam outros indicadores, como a frequência e a diversidade específica, capazes de traduzir esses outros aspectos.