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Marte pode ter piscinas de água salgada, diz Nasa
Sonda Phoenix encontrou sais que podem ter mantido água em estado líquido a temperaturas de 70 graus negativos.
Sonda Phoenix encontrou sais que podem ter mantido água em estado líquido a temperaturas de 70 graus negativos.
Cientistas da Nasa, a agência espacial americana, afirmam que Marte pode ter piscinas de água salgada um pouco abaixo de sua superfície.
Anteriormente os pesquisadores acreditavam que a água existiu em Marte na forma de gelo ou vapor, devido às temperaturas baixas e à pressão atmosférica do planeta.
Mas a sonda Phoenix, da Nasa, mostrou a presença de sais percloratos no solo do planeta, que podem manter a água em estado líquido em temperaturas de até 70 graus negativos.
Os pesquisadores apresentaram os primeiros resultados científicos da missão da sonda Phoenix – que chegou às planícies do norte de Marte em 25 de maio de 2008 – na 40ª Conferência de Ciência Planetária e Lunar (LPSC, na sigla em inglês) em Woodlands, Texas.
“Acredito que estas piscinas existam. Mas ainda há mais para descobrir a respeito das propriedades destas soluções de percloratos, como por exemplo, qual a pressão do vapor”, disse Mike Hecht, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia.
A sonda Phoenix foi lançada em agosto de 2007 e foi a que pousou mais ao norte de Marte entre todas as missões anteriores.
A sonda conduziu operações no solo marciano por mais de cinco meses antes de sucumbir ao frio e à escuridão do inverno de Marte. O robô cavou, perfurou e queimou o solo marciano para analisar se o planeta já abrigou vida.
E se transformou na primeira missão a analisar amostras de água e gelo encontradas centímetros abaixo da superfície do solo. Pedaços de gelo foram vistos vaporizando diante das câmeras da sonda.
A sonda Phoenix usou apoios para diminuir o impacto do pouso na superfície de Marte. E estes apoios moveram o solo mais superficial, expondo a água com gelo a apenas alguns centímetros abaixo.
“Aqui estão todos estes sais percloratos, bem abaixo deles, a alguns centímetros, é uma placa (de água com gelo). Não é preciso muita imaginação para afirmar que estes dois materiais vão interagir”, disse Hecht.
Na Terra os percloratos, sais derivados do ácido perclórico, são usados em airbags, fogos de artifício e combustível sólido para foguetes. E os cientistas estão apenas começando a entender a importância que estes sais podem ter em Marte.
Para Hecht a formação de bolsões de líquidos em Marte iria necessitar as concentrações corretas de sais percloratos.
“Neste caso temos um pouco de perclorato e grandes fatias de gelo, então posso imaginar que temos um excesso de água. Isto significa que você teria que formar uma piscina de água de sal em temperatura baixa, se os dois interagiram”, disse.
Outros pesquisadores afirmam que as concentrações destes sais encontrados no local de pouso da Phoenix ainda são componentes pequenos da química geral do solo de Marte e a ideia de Hecht ainda precisa de mais testes.
Mesmo assim, Hecht afirma que a descoberta destes compostos faz com que Marte seja mais parecido com a Terra em vários aspectos.
Troy Hudson, outro cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, afirmou que os percloratos podem estar controlando a quantidade de vapor de água na atmosfera de Marte.
E a presença destes percloratos também pode explicar a razão de a Phoenix ou a sonda Viking na década de 70, não terem encontrado provas mais concretas da presença de compostos “orgânicos”, compostos moleculares que contenham carbono.
Estas moléculas são componentes de importância crucial na busca por vida no planeta vermelho.
“Os percloratos, se você os esquentar no forno (da Phoenix), liberam o oxigênio e queimam os (compostos) orgânicos”, disse Peter Smith, chefe da missão de cientistas.
Smith afirmou que várias provas apontam para ação de água líquida no passado, no local onde a Phoenix pousou, nas planícies do norte de Marte.
Estas provas incluem a presença de minerais aquosos, torrões, solo cimentado e a descoberta de que parte do gelo estava “separado” à medida que derretia.
“É provável que em um clima mais quente e úmido, como quando o eixo de Marte se inclina, isto mude, este pode ser apenas um lugar no qual a água líquida foi encontrada. Não significa que é um lago. Apenas significa que o solo está molhado”, afirmou Smith, que é da Universidade do Arizona.
A descoberta de carbonato de cálcio no solo também sugere a ação de água líquida no passado. A substância é encontrada em rochas por toda a Terra.
Segundo Peter Smith a substância ocorre em níveis que variam entre 3% e 5% no local do pouso da Phoenix provavelmente se formando enquanto o dióxido de carbono da atmosfera marciana se dissolvia em água líquida, formando um ácido fraco que retirou o cálcio do solo.
Nilton Renno, professor da Universidade de Michigan, apresentou provas de que gotículas de água líquida podem ser vistas em fotos do suporte de uma das pernas de apoio da Phoenix.
“Elas se movem, pingam e se fundem”, disse.
Mike Hecht e Tom Pike, do Imperial College de Londres, acreditam que as gotículas seriam gelo.BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Anteriormente os pesquisadores acreditavam que a água existiu em Marte na forma de gelo ou vapor, devido às temperaturas baixas e à pressão atmosférica do planeta.
Mas a sonda Phoenix, da Nasa, mostrou a presença de sais percloratos no solo do planeta, que podem manter a água em estado líquido em temperaturas de até 70 graus negativos.
Os pesquisadores apresentaram os primeiros resultados científicos da missão da sonda Phoenix – que chegou às planícies do norte de Marte em 25 de maio de 2008 – na 40ª Conferência de Ciência Planetária e Lunar (LPSC, na sigla em inglês) em Woodlands, Texas.
“Acredito que estas piscinas existam. Mas ainda há mais para descobrir a respeito das propriedades destas soluções de percloratos, como por exemplo, qual a pressão do vapor”, disse Mike Hecht, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia.
A sonda Phoenix foi lançada em agosto de 2007 e foi a que pousou mais ao norte de Marte entre todas as missões anteriores.
A sonda conduziu operações no solo marciano por mais de cinco meses antes de sucumbir ao frio e à escuridão do inverno de Marte. O robô cavou, perfurou e queimou o solo marciano para analisar se o planeta já abrigou vida.
E se transformou na primeira missão a analisar amostras de água e gelo encontradas centímetros abaixo da superfície do solo. Pedaços de gelo foram vistos vaporizando diante das câmeras da sonda.
A sonda Phoenix usou apoios para diminuir o impacto do pouso na superfície de Marte. E estes apoios moveram o solo mais superficial, expondo a água com gelo a apenas alguns centímetros abaixo.
“Aqui estão todos estes sais percloratos, bem abaixo deles, a alguns centímetros, é uma placa (de água com gelo). Não é preciso muita imaginação para afirmar que estes dois materiais vão interagir”, disse Hecht.
Na Terra os percloratos, sais derivados do ácido perclórico, são usados em airbags, fogos de artifício e combustível sólido para foguetes. E os cientistas estão apenas começando a entender a importância que estes sais podem ter em Marte.
Para Hecht a formação de bolsões de líquidos em Marte iria necessitar as concentrações corretas de sais percloratos.
“Neste caso temos um pouco de perclorato e grandes fatias de gelo, então posso imaginar que temos um excesso de água. Isto significa que você teria que formar uma piscina de água de sal em temperatura baixa, se os dois interagiram”, disse.
Outros pesquisadores afirmam que as concentrações destes sais encontrados no local de pouso da Phoenix ainda são componentes pequenos da química geral do solo de Marte e a ideia de Hecht ainda precisa de mais testes.
Mesmo assim, Hecht afirma que a descoberta destes compostos faz com que Marte seja mais parecido com a Terra em vários aspectos.
Troy Hudson, outro cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, afirmou que os percloratos podem estar controlando a quantidade de vapor de água na atmosfera de Marte.
E a presença destes percloratos também pode explicar a razão de a Phoenix ou a sonda Viking na década de 70, não terem encontrado provas mais concretas da presença de compostos “orgânicos”, compostos moleculares que contenham carbono.
Estas moléculas são componentes de importância crucial na busca por vida no planeta vermelho.
“Os percloratos, se você os esquentar no forno (da Phoenix), liberam o oxigênio e queimam os (compostos) orgânicos”, disse Peter Smith, chefe da missão de cientistas.
Smith afirmou que várias provas apontam para ação de água líquida no passado, no local onde a Phoenix pousou, nas planícies do norte de Marte.
Estas provas incluem a presença de minerais aquosos, torrões, solo cimentado e a descoberta de que parte do gelo estava “separado” à medida que derretia.
“É provável que em um clima mais quente e úmido, como quando o eixo de Marte se inclina, isto mude, este pode ser apenas um lugar no qual a água líquida foi encontrada. Não significa que é um lago. Apenas significa que o solo está molhado”, afirmou Smith, que é da Universidade do Arizona.
A descoberta de carbonato de cálcio no solo também sugere a ação de água líquida no passado. A substância é encontrada em rochas por toda a Terra.
Segundo Peter Smith a substância ocorre em níveis que variam entre 3% e 5% no local do pouso da Phoenix provavelmente se formando enquanto o dióxido de carbono da atmosfera marciana se dissolvia em água líquida, formando um ácido fraco que retirou o cálcio do solo.
Nilton Renno, professor da Universidade de Michigan, apresentou provas de que gotículas de água líquida podem ser vistas em fotos do suporte de uma das pernas de apoio da Phoenix.
“Elas se movem, pingam e se fundem”, disse.
Mike Hecht e Tom Pike, do Imperial College de Londres, acreditam que as gotículas seriam gelo.BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.