Desmatamento: o aparecimento da agricultura está na origem dos processos de desmatamento. Pela ação do homem, os ambientes fechados dão lugar a áreas abertas para a prática da agricultura. Em nível planetário, o fenômeno do desmatamento conheceu processos e momentos diferenciados, quase sempre ligados à evolução demográfica. A busca de lenha e madeiras para consumo e exportação também alimentou e alimenta, até hoje, processos de desmatamento em todo o mundo. Os desmatamentos implicam, em primeiro lugar, uma perda de biodiversidade natural. Muitas substâncias de interesse para a própria humanidade e muitas espécies animais e vegetais estão sendo eliminadas antes que sejamos capazes de conhecê-las. A simplificação dos sistemas ecológicos pela prática agrícola favorece a produtividade, mas pode comprometer a sua sustentabilidade. Com o passar dos anos, os solos podem perder seu potencial produtivo. Muitas áreas terminam abandonadas ou dedicadas a atividades muito pouco produtivas, como pecuária expansiva. Odesmatamentoleva a um aumento das temperaturas diurnas no nível do solo e a uma diminuição das temperaturas noturnas. Além da alteração do clima local, o desmatamento facilita a erosão dos solos. O escorrimento superficial da água das chuvas aumenta, pois é maior a dificuldade de penetração nos solos. Os desmatamentos terminam por liberar na atmosfera uma grande quantidade de gás carbônico,metanoeóxidos nítricosoriundos da queima e da degradação dos troncos, galhos e folhas das árvores abatidas. Essa liberação contribui para o fenômeno do chamadoefeito estufa.
Diversidade: asbiocenosese os ecossistemas podem ser caracterizados de várias formas e através de vários parâmetros. Um dos parâmetros mais utilizados em ecologia é o da diversidade biológica. Alguns autores veem uma equivalência entre ariqueza específica(total das espécies que compõem o ecossistema) e a diversidade. Usualmente, o sentido comum das expressões que descrevem uma região ou uma área como importante ecologicamente evoca o fato de esta possuir uma grande riqueza florística ou faunística. Para os ecólogos, ao contrário dos biólogos, tanto uma grande como uma pequena riqueza faunística têm a mesma importância. Em dois ecossistemas diferentes, as riquezas específicas podem ser as mesmas, mas num deles metade das espécies pode estar à beira da extinção. Como medir essas realidades? A diversidade é um parâmetro importante nesse sentido. A diversidade específica integra a abundância relativa de cada uma das espécies com relação às outras do povoamento ou da biocenose. Em geral existem várias fórmulas matemáticas, baseadas em probabilidades e na teoria matemática da informação, para quantificar a diversidade específica de uma população e até de um ecossistema. São os chamadosíndices de diversidade. Os mais utilizados ou famosos são oíndice de Shannone oíndice alfa de Ficher. O resultado desses índices pode se expressar em bits. Um povoamento composto por duas espécies em proporções idênticas se traduz por um bit de diversidade. Nesse tipo de índice, espécies raras acabam contribuindo pouco no cálculo da diversidade. Os povoamentos com as maiores diversidades específicas são os de aves em florestas tropicais (5 a 5,2 bits) e em florestas temperadas (3,5 a 4,1 bits). As árvores da floresta tropical atingem índices de 3 a 5 bits, enquanto nas florestas temperadas esse valor fica entre 1 e 2,5. A título de exemplo, ofitoplânctoncosteiro tem índices entre 1 e 2,5, enquanto o oceânico, de 3,5 a 4,5. Um índice de diversidade elevado é sempre um indicador de um ambiente favorável à instalação de muitas espécies, em geral representadas por poucos indivíduos. Ao contrário, um índice de diversidade pequeno quase sempre se traduz por um ambiente desfavorável a muitas espécies e onde as poucas presentes estão em número de indivíduos bastante elevado.