Abundância: conceito utilizado em ecologia para a caracterização da presença de indivíduos, vegetais ou animais, nas comunidades, biocenoses e ecossistemas. Corresponde ao número de indivíduos existentes por unidade de superfície ou de volume. Trata-se de um valor muito relativo, apesar de sua aparente objetividade. Isso porque sua quantificação depende, em parte, do tamanho, da visibilidade e do volume dos indivíduos, além de aspectos morfológicos (determinadas espécies vegetais). As classes são análogas às utilizadas pelos botânicos: espécie ausente, rara, dispersa, abundante e muito abundante, por exemplo. Assinala-se também a escolha do tamanho e da forma da superfície avaliada (quadrada, redonda, triangular, pequena ou grande) e questiona-se ainda a superfície considerada para espécies de tamanho e volumes muito diferentes.
Adaptação: resposta do genótipo(conjunto organizado de genes que asseguram os caracteres hereditários de cada indivíduo e sua transmissão à descendência) do indivíduo e da população às condições ambientais, através de determinadas características permanentes. Amigraçãodos indivíduos é também uma adaptação que garante a manutenção da população. É diferente de acomodação, que corresponde a uma resposta do fenótipo(tradução concreta dos caracteres hereditários do indivíduo em função do meio ambiente – expressões não-hereditárias) de cada indivíduo às condições ambientais, através de determinadas características temporárias ou locais. Ambos são processos de interação entre os indivíduos e o meio ambiente, ocorrem simultaneamente e representam uma das chaves do entendimento do fenômeno das mutações e da evolução da vida sobre a Terra.
Agroecossistemas: a expressão agroecossistema é muito empregada no estudo ecológico dos sistemas agrícolas. Os sistemas agrícolas são um subconjunto particular dos sistemas ecológicos, já que têm, pelo menos, um componente vivo: determinada planta ou animal, por exemplo. Mas o critério mais importante para diferenciar os agroecossistemas dosecossistemasé que os primeiros têm um propósito. Apesar de tratar-se de um conceito antropocêntrico, o conceito de propósito ajuda na compreensão desses sistemas criados pelo homem para atender a suas necessidades alimentares ou de uso.
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA): tecnicamente, deve-se entender a soma dos impactos ecológicos e dos socioeconômicos. Às vezes, tende-se a querer reduzir, equivocadamente, o impacto de determinada atividade a uma ou outra dessas duas complexas dimensões. Em certos casos, o dano ecológico não justifica os danos econômicos ou sociais; em outros, sim. Trata-se de uma questão complexa e conflitiva, mas é necessário tê-la presente em qualquer discussão do tema. Os processos de avaliação de impacto ambiental têm no Brasil dois procedimentos ou instrumentos consagrados: os estudos de impacto ambiental(EIA) e seus respectivos relatórios de impacto ambiental (RIMA). Existe também uma licença ambiental inicial de um empreendimento, o chamado EPIA (Estudo de Previsão de Impactos Ambientais). No geral, trata-se de estudos obrigatórios para determinados empreendimentos, definidos legalmente e caso a caso em cada estado da federação. Eles são uma versão nacional dos procedimentos que surgiram durante o pós-guerra nos Estados Unidos e na Europa justamente para subsidiar a tomada de decisões, dentro de uma sistemática de análise de tipo “custo-benefício” (sentido amplo), nos processos de desenvolvimento. O EIA pode ajudar a melhorar a qualidade e eficiência do empreendimento, com benefício simultâneo para a economia e o meio ambiente.