A exemplo de 2009: “Mudanças Climáticas” e 2010: “Água: Cuidar para não faltar“, o Diário do Verde novamente se faz presente no Blog Action Day, um evento onde blogueiros do mundo todo se reúnem para fazer a diferença. Desta vez, a proposta é escrever sobre a fome. Como já era de se esperar, pairou na mente a dúvida: o que exatamente devo escrever? Pensei aqui, e concluí que não queria escrever um artigo de cunho informativo, não deveria. Teria que ser uma postura diferente. Definido isto, assim elaborei este texto. Segue:
Falar sobre a fome é relativamente uma tarefa fácil. Um tema sempre em pauta, amplamente discutido… Eu poderia pegar alguns dados da ONU, da FAO, do raio que o parta e com base neles, discursar e agregar meus posicionamentos. As estatísticas são interessantes, eu considero-as como um meio importante para análise. Veja bem, um meio. Por que não se pode levar em conta apenas “números”. É preciso ir além das pesquisas.
Quando se fala em “fome”, imediatamente há a associação de “comida”. Não está errado, mas sejamos sensatos: o problema não para por aí. É infinitamente maior e mais grave. Afinal, o que gera a fome, o que ela é?
A fome existe por causa da mesquinhez, da usura, da ganância. Por falta de planejamento, gestão ineficiente, educação inapropriada. Quem dera se fosse pela falta de alimento – isto é, a sua má concentração (muito nas mãos de poucos) e destinação (a comida industrializada para cães e gatos daria para saciar milhões de pessoas, por exemplo, e o desperdício exasperado). Ela deixa marca profundas, dependendo até, incuráveis. Pode ser uma doença, um trauma ou uma deficiência. Combatê-la não depende apenas de um ou outro, e sim de todos nós. É o resultado da necessidade não atendida, da expectativa, não correspondida. Os conceitos atuais precisam ser urgentemente revistos e corrigidos.
Há fome de fé, de amor, de esperança, de alegria, de paz… De cultura e inteligência. É um “venha a nós e ao vosso reino nada” que vou te contar! Devemos olhar a questão da fome de uma maneira abrangente (envolvendo os campos material e imaterial – o espiritual), não isolada; procurar tratá-la eficazmente, dispensando medidas paliativas. O problema da fome, por mais utópico que possa parecer, tem solução. Ao menos no campo da alimentação, um direito assegurado universalmente, largamente violado. Gandhi resume: “Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome. / Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição.” Qual seria ela, Gabriel? Uma nova mentalidade – onde o ser é mais importante que o ter, consolidada na igualdade, liberdade, justiça, respeito e antes de qualquer coisa, na educação. Sem ela, não vamos a lugar algum.
Ao leitor: e para você, o que significa a fome, quais as suas ideias para este problema que assola a humanidade há tanto tempo? Mande a sua opinião, estou te esperando!