“Pensem nas crianças/ Mudas telepáticas
Pensem nas meninas/ Cegas inexatas
Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas
Pensem nas feridas/ Como rosas cálidas” (Rosa de Hiroshima, Vinícius de Morais)
Modéstia à parte me considero um cara razoavelmente sortudo, nem tanto como o Tom Zé, nem tão ‘desafortunado‘ como o Rafael Morais Chiaravalloti se diz (A sorte de Tom Zé e o aquecimento global!). Também não sou ‘o cara‘ da música do Roberto Carlos. Explico: durante toda minha formação profissional estive envolto em temas da infância e da saúde, meu 1º emprego (contratado) foi em uma escola infantil de tempo integral e simultaneamente em uma escola de enfermagem (professor de saúde pública). Passei em um concurso público municipal. E adivinhem?! Hoje trabalho em um centro de referência em saúde para crianças. Mas pulando o currículo…
Estava fuçando o site do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e encontrei na seção “Publicações” da área de Responsabilidade Socioambiental uma publicação que trata justamente da criança e o consumo sustentável. Dois temas negligenciados ostensivamente e amplamente pela maioria da população. Porque criança é um tema menor (mero trocadilho), sem consciência, que ainda não entende as coisas. E porque sempre achamos que nada se acaba, que os recursos naturais são inesgotáveis (sim, ainda temos essa crença!).
O alarmante crescimento das campanhas publicitária voltadas para o público infantil está repleta de apelos, ilusões e armadilhas. Se por um lado há seduções veladas e explicitas voltadas para um público que ainda não possui ‘ferramentas‘ suficientemente adequadas que lhes ajude a avaliar e julgar suas próprias atitudes, por outro há os pais exitosos, receosos e displicentes para com a educação infantil (sobretudo para com a educação afetiva). Contudo, os marqueteiros capitalistas sanguinolentos de plantão estão aí para aproveitar as brechas, os campos férteis do desejo humano, que nós, os adultos (e os pais) deixam sem o devido acompanhamento.
É neste viés que iniciativas como as do Instituto Alana (www.alana.org.br) e publicações como as do MMA intitulada: “O consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade“, que trazem “informações preocupantes, que devem estar ao alcance de pais e educadores. Entre elas, o fato de que o público infantil passa mais de cinco horas por dia na frente da televisão, de acordo com dados do Ibope. E que 64% de todos os anúncios veiculados nas emissoras de TV, monitoradas às vésperas do Dia das Crianças de 2011, foram direcionados ao público infantil, de acordo com o Instituto Alana“. (Fonte: MMA)
“Ninguém nasce consumista. O consumismo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade. É possível mudar este quadro“. (Idem)
Em outras palavra: “Tudo aquilo que representa uma indução de comportamento para quem ainda não tem condições de avaliar se esse comportamento é o correto poderia ser regulado”. (Ives Gandra, jurista e constitucionalista).
Para compreender mais o efeito devastador da propaganda sobre o universo infantil e o sutil (mas não menos pernicioso) desdobramento disto para o meio ambiente e a nossa qualidade de vida (já fomos crianças, como nossos pais) assistam:
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=49UXEog2fI8]
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4]
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=bVjhNaX57iA]
2 Comments
Bruna
Baixar o Documentário – Criança, a Alma do Negócio – http://mcaf.ee/dowg6
Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves
Olá Bruna, muito obrigado por compartilhar o link, grande abraço!